Universidade Vale do Acaraú/CE
Com o tema "Couraça de Dragão" a UVA mostrou-nos um desfile marcado pela simplicidade do Chico da Matilde, pescador, valente e sonhador. Os tons terrosos faz com que a gente volte para a arreia e a duna de nossa praia e as nervuras, drapeados e outras texturas faz-nos ir para o fundo do mar e ver as escamas dos peixe e as estruturas dos búzios.
Devo aqui deixar meus parabéns ao grupo pela coragem e pelo trabalho bem feito na sua primeira participação em um evento como o Dragão Fashion. Não é fácil concorrer em pés de igualdade com instituições com mais tradição nesse mundinho'.
Universidade Estácio de Sá/RJ
A Estácio, com seu trabalho de sobreposição e degradê, nos remete para o fundo do mar, mas dessa vez a atenção é dada para as plantas aquáticas. Os acessórios (que eu ainda estou para saber de que foram feitos) lembra aquelas plantas marinhas que aparecem na praia durante a tarde, quando as ondas (representada no último look) jogam-nas para a beira-mar.
Universidade Federal de Goiás/GO
O trabalho da UFG tem dois momentos: um onde as cores neutras (imitantando algodão cru) talvez nos leve para o período escravocrata brasileiro e o outro nos mostra um escravo mais ligado às cores preta e vermelha. Creio eu que esse segundo momento queira nos passar a idéia de luto e lamento em respeito ao sofrimento das pessoas que mais lutaram para a construção desse país. Correntes, cadeados e faixas de couro transmitem essa idéia prisão e angústia.
Faculdade Católica do ceará/CE
A mais conhecida entre nós como Marista mostrou para a gente um trabalho digno de ser conceituado como de Alta-Costura, trabalhando com acetinados, corselets, pedras que imitavam swarovsks e tules sobrepostos.
Os tons terrosos também dão o 'ar da graça', mas são acompanhados pelo preto e pelo cinza. Os cabeçotes, à la Dior, fazem com que os modelos não mostrem suas faces. Esse efeito talvez tenha sido pensado para que as tristezas e as incertezas do escravo recém liberto não pudesses ser vistas por nossa sociedade hipócrita e racista.
FADESNE/CE
A cultura negra, bem como suas características mais singulares, foram trazidas para a passarela do DFB pela FADESNE.
Usando grandes perucas negras, as modelos surgiram com correntes, que serviram como acessórios e também como acabamento de alguns looks.
Diferentemente de todos os desfiles mostrados até então, a referida instituição resolveu apostar no uso de malha e nas cores mais fortes e vibrantes como o laranja e o verde.
Universidade Federal de Minas Gerais/MG
A UFMG apostou no uso da alfaiataria e do hand made para a confecção de suas peças.
Algumas lembravam até escamas de peixe, o que foi possível através de um trabalho de patchwork simples, bem característico do nordeste brasileiro. A cartela de cores ficou por conta do azul, tons terrosos, vermelho e amarelo.
Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio/SP
Assim como a FADESNE, essa instituição apostou na utilização de temas afros para a composição de sua coleção.
O resultado foi, também, o uso de grande perucas negras, correntes douradas, tons pasteis e estampas com referência ao povo tratado.
Para quebrar a monotonia do bege e das cores nudes, o vermelho, o amarelo e o preto apareceram nas peças, chamando atenção especial para os acessórios.
Universidade Federal do Ceará/CE
A grande vencedora do Concurso do DFB 2010, apresentou um desfile completamente fora do previsível. No lugar de temas étnicos ou ligados ao mundo escravocrata, como tinha sido mostrado até então, a UFC apostou numa proposta mais conceitual, trazendo para a passarela, na minha opinião, grandes deusas das águas, que surgiam trazendo coroas estilizadas e elementos do mar em seu corpo, representados pela aplicação de taxas e correntes.
Grandes looks estruturados davam uma imponência surpreendente para essas criaturas, que apreciam com ombros e silhueta marcados, num trabalho de alfaiataria e modelagem impecável. PARABÉNS!
Fotos: Reprodução
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Uhuuuuuuuuuuuuuuuu
Finalmente nós levamos o prêmio!!!
E muiiito merecido por sinal...a coleção estava liiiiiiiiinda
Parabéns a essa equipe que nos representou muito bem!!!
Com certeza Pedro,não é fácil concorrer, em pé de igualdade, com as instituições que já carregam bagagens de experiência e de patrocínio "nesse mundinho". Os meninos da UVA (segundo semestre - primeira turma), realmente foram corajosos! Quase sem nenhum incentivo por parte da instituição e pouco patrocínio, conseguiram mostrar a vida simples do "Chico da Matilde" de uma forma "despretensiosa", visível nos acessórios (toucados e calçados).
O hit, a proposta da coleção realmente era demonstrar essa simplicidade utilizando a organza (comum a todos os looks), tecido
nobre,transparente, de muita leveza, mas também de muita resistência; as nervuras, os drapeados, os rebordados com escamas de peixe, formas,texturas, tonalidades terrosas... Todas essas nuances foram pensadas para harmonizar a coleção e evidenciar a proposta "couraça do Dragão", que se resumia em mostrar, sem nenhuma "armadura", a persistência de luta do abolicionista de vida simples e "livre", Dragão do Mar.
Parabenizo-lhe também pelo seu modo amadurecido e responsável de analise crítica, frente aos desfiles dos "Novos." Você realmente centrou a sua análise com muita ética, como realmente deveria ser: sem críticas severas como alguns alunos o fizeram. Alunos estes, que mal ingressaram no curso de design de moda e acham que tudo podem... E que, sem nenhum embasamento, não percebem a sutil diferença entre a crítica e o julgamento.
Bjs
Pois é.. e eu achei o desfile da UVA bem linear, bem centrado em uma idéia que eles souberam explorar bem. Gostei muito das texturas e dos looks..
Fiquei super encantado com algumas peças.
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