Olá Querid@s, primeiramente eu gostaria de me desculpar pela demora dos posts, mas my house tá em reforma e isso mexeu nas instalações elétricas. Mas, enfim, aqui estou para deixar vocês informados sobre as novidades do Carnavalzinho' Fashion de Fortaleza.
Madame Surtô
No primeiro e, digamo de passagem, bem atrasado desfile da noite, a estilista Thais Asfora nos convida à uma reflexão sobre as diferenças existentes entre nossos povos e nossas etnias. Com batuques afros ao fundo, surgem modelos trajando longas túnicas com temas étnicos, com amplos macacões e vestidos com aplicações de bottons, alguns trabalhados com alfaiataria. As cores do desfile são bem diversa, tais como verde, branco, laranja, vermelho, preto, azul, marron e o azul. Atenção especial para os acessórios em palha para o punho e para o tornozelo que deram mais ênfase ao lado êtnico do desfile.
Além disso, seguindo as tendências mostradas em outras passarelas, a M.S trouxe um mix de trasparências, litras, florais, aplicações douradas, patchwork, cintura alta, maxi-bolsas e uma make up marcada apenas na boca, com um batton vermelho alaranjado.
Creio, sendo conhecendor da marca e do trabalho da estilista, que houve uma grande evolução dela, em comparação ao ano anterior, tendo grande coerência entre familias de looks, cartela de cores e materiais utilizados. Enfim, Gostei!
Francisco Matias
Com a declamação de uma parte do Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, de Ariano Suassuna, ao fundo, o que podemos ver no desfile do Chico Matias (olha a intimidade.. srsrrs) foi um misto de emoção, dramaticidade, poesia e loucura. Com peças fluídas e vibrantes, as modelos surgem como pinturas saídas dos quadros do homenageado Arthur Bispo do Rosário,tendo um ar misterioso e assustador, até meio delirante.
A cartela de cores é bem sóbria, indo de um bege simples até o cinza e o roxo fechado. Detalhe especial para os tecidos acetinados utilizados para fazer uma espécie de entrelaçado sobre algumas peças.
Outros elementos marcantes desse desfile foram: cintura alta, óculos geeks, tricô, transparências, laços (muitos laços), looks estruturados, ombro marcado.
MarcusSoon
Muita surpresa pra mim nesse desfile. Lembro bem de no ano passado ter feito algumas criticas a marca, mas esse ano mordo a língua e digo, sim, que ela cresceu. Cresceu e encontra-se adolescente, uma adolescente revoltadinha e a frente do seu tempo.
Isso mesmo, foi isso que pôde ser visto na passarela da MarcusSoon: uma menina que acaba de crescer, debuta até, e luta pela maioridade. Uma garota que usa meia-arrastão, peças metalizadas, boleros estilizados, aplicações de taxas meio street-rock, Melissas Joy, ombros marcados, saruel em moleton e uma silhueta bem marcada.
Na mesma hora em que vemos a menina delicada com rendas e tules, deparamo-nos com uma menina-mulher utilizando looks com ombros marcados, com grandes botões que lembram até um militarismo disfarçado.
A utilização de cores também sóbrias dão ao desfile uma linealidade' bem construída e gradual, indo do preto e cinza em looks mais fortes até o rosa bebê e o branco em peças mais femininas e delicadas.
Piorski
Na caixinha mágica da Piorski cabe quase tudo quando se fala de contos infantis, indo de bailarinas até soldadinhos de chumbo. Mas para a estilista Débora Piorski a bailarina não é aquela figura frágil e inocente, mas sim uma criatura forte e vigorosa. Tanto que vemos uma evolução bem clara ao longo do desfile e uma menina meiga até uma mulher forte, caracterizada pela utilização de looks com referências ao militarismo.
Como não poderia deixar de ser, a marca propõem a utilização de cores retiradas diretamente de um arco-íris, sendo esse desfile bem alegre e colorido, fazendo brilhar os olhinhos que esperaram e suaram para conseguir entrar na sala de desfile lotada (lotada MESMO).
Os principais elementos desse desfile foram: silhueta marcada, ombros marcados, babados românticos, sobreposições, melissas, xadrez, saias franzidas, golas estilizadas e o uso do veludo para finalização de algumas peças.
Detalhe especial para a o estilo abordado no desfile bem anos 50, com decotes-princesa, cintura marcada e saias também godês. Muito boa essa ligação entre esse período, onde as mulheres ficaram mais fortes e saíram de casa rumo ao mercado de trabalho, e as mulheres da Piorski, que também passam por uma maturação ao longo do desfile.
Sá. Maria
Ao som de Beirut (que eu adoro muito) a referida marca mostra uma coleção denominada "Tempo dos Sonhos". Nessa perspectiva, os elementos da natureza são mostrados, visando uma reflexão de nossas ações no decorrer da vida, principalmente, de como vivemos com o meio que nos circunda.
E esses elementos podem ser vistos na cartela de cores utilizada: azul, verde e tons terrosos. Mas, seguindo a característica da marca, vimos looks contemporâneos e bem elaborados, como, por exemplo, túnicas, macaquinhos, bermudas e vestidos, todos construídos dentro das tendências atuais.
Weider Silveiro
Na correria, não deu pra entrar na sala de desfile do Weider, mas acompanhei atentamente pelos telões e vi uma homenagem ao rei da música Michael Jackson (tava até demorando). Pois é, sem perder sua marca (uso de lantejoulas e brilho) o estilista apostou numa restrospectiva na vida do cantor, utilizando vários elementos da vestimenta dele na construção de looks, que, por momentos, davam-nos idéia de nostalgia e em outros nos enchiam os olhos pela idéias mais conceituais e estilizadas.
Em resumo, pode-se dizer que o estilista uniu a tendência militar com as jaquetas, blusões e blazers usados pelo ídolo pop. Resultado: plateia envolvida e contagiada, principalmente quando da entrada do último look, que foi confeccionado diretamente pensado no clipe "Thriller".
Novamente, Weider liga-se a cultura pop americana para construção de um desfile que, pra mim, foi bem linear e dentro de um contexto bem trabalhado.
Lindeberge Fernandes
Já passavam das onze horas da noite e a platéia alvoroçada nem pensavam em arredar o pé do Centro de Convenções. Qual o motivos? A apresentação do desfile de um dos estilistas mais carismáticos e famosos aqui da Terrinha do Sol.
Lindeberge propõe-nos uma viagem ao mundo dos ciganos sonorizada pela Sandra Rosa Madalena de Sidney Magal. Essa viagem ligasse ao mundo da reciclagem, onde peças de latinhas e sucata viram um lindo colar ou um bordado impressionante em um vestido.
Enganasse que pensa que isso tudo foi repleto brilho e vestidos rodados. Não mesmo. No lugar disso, o estilista usou o recycle jeans, com rasgões e com cara de retirados da lata do lixo, com manchas e um aspecto sujo. O brilho exitente ficou por conta do detalhe dos leggings pretos, que foram combinados a peças com penas que fluíam ao longo da passarela. Unidos a isso, podemos ver looks bem diversos (calças, shorts, macacões, vestidos).
Vale salientar a evolução gradual vista na passarela gypsy do L.F. Uma passagem de peças mais comerciais e streets para vestidos bem elaborados, construídos com sobreposições e com lavagem em degradê.
Portanto, valeu super a pena esperar um tempinho a mais para ver esse que já é considerado um dos maiores e melhores desfiles visto no DFB 2010.
Abraços
Fotos: Reprodução
Fontes: DFhouse ProfissãoModa