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Feminilidade Ameaçada?

Acabei de ver aqui uma reportagem sobre a queda de uma modelo na passarela da Semana de Moda de Londres. Seria só mais uma queda, dentre tantas outras, se associações, médicos e etc. não estivessem agindo com repudio em relação ao acontecido. Isso mesmo, mais uma briga entre o mundo da moda e as organizações mundiais de saúde. Mas, qual o porque dessa briga, você já sabe?


Bem, segundo os especialistas, como se pôde ver no vídeo acima, o uso constante de salto alto pode causar deformações nos pés, além de ser prejudicial à saúde da coluna. Mulheres que vivem sobre saltos também tem muita predisposição a ter dores de cabeça.


Pois é, isso tudo faz geral muitas outras discussões, não acha? Por exemplo, se viajarmos na nossa história, poderemos observar que ao passar do tempo a mulher vem sofrendo muitas modificações (e/ou deformações) para se enquadrar e manter a sua feminilidade. Fato é que na China, meninas de 6 anos de idade tinham seus pés atados, atrapalhando o seu desenvolvimento normal. Essa ação visava a beleza dos pés femininos, mas no futuro causaca grandes deformações, infecções, atrofiamento muscular e paralisias.

O espartilho, do qual eu já falei aqui, é um grande exemplo também disso tudo. Surgido por volta do século XVI, ele tinha como objetivo manter a postura e dar suporte aos seios, deixando as formas femininas mais realçadas. Seu uso causou, e ainda pode causar, atrofia muscular, insuficiência respiratória e deformações do estômago e do fígado.

Sem contar nas argolas que as mulheres de uma parte da da África e da Ásia usam para se tornar mais belas, deformando-as e tornado-as dependentes de seus companheiros.

Mas, ainda com tudo isso bem claro, não se pode negar que o salto alto deixa a mulher mais elegante e feminina, não é? E esse elemento do vestuário vem sendo usado desde épocas bem remotas. Sabe-se que em tumbas egípcias que data de 1000 a.C foram encontrados os primeiros modelos de sapatos. Ele também foi adimirado por alguns gregos, usado para indicar a posição social de alguns indivíduos.


Além disso, a história do salto demonstra que ele está intimamente ligado a sexualidade. Um exemplo marcante disso diz respeito as cortesãs japonesas que usavam tamancos com salto de 15 à 30 cm. Outro exemplo disso é que na Roma antiga as prostitutas eram identificadas pelo salto que usavam.


Longe de mim querer aqui continuar essa discussão histórica. Isso é assunto para alguns outros posts. O fato é que o salto é sim prejudicial a saúde, mas as mulheres não deixam e nem deixarão de usá-lo (na minha opinião, claro), pois eles aumentam sua auto-estima e lhes dão mais segurança. Seria uma queda num passarela o motivo pelo abandono dessa peça? Eu, sinceramente, creio que não. Tantas outras quedas já foram registradas, umas até pior do que essa em Londres, e nada mudou. O que pode, e deve ser feito, é que as mulheres se conscientizem dos prejuízos do uso constante e prolongado do salto e que façam dessa peça não uma inimiga, mas uma aliada na busca e afirmação da sua feminilidade e, porque não dizer, do seu poder.

E vocês, o que acham? Vão continuar usando salto normalmente ou terão mais atenção quando forem utilizá-lo? Abraços!

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