A palavra consumo possui algumas raízes etimológicas, sendo que para o latim, consumere, tem sentido de utilizar tudo, acabar, esgotar. Já para o inglês, consummation, o sentido está voltado para a soma, à adição de produtos, objetos, etc. No Brasil, vemos hoje uma maior utilização do primeiro conceito. (BARBOSA;CAMPBELL, 2006)
Para o Dicionário de Economia (2009), o consumo é a aplicação das riquezas para a satisfação das necessidades econômicas do indivíduo.
Tendemos a associar o consumo somente ao ato de comprar, esquecendo outras variantes envolvidas nessa ação. Essas estão associadas ao ator precedente de escolher o que queremos comprar, por que queremos adquirir determinado bem ou serviço, como devemos adquiri-lo e quem nos fornecerá esse bem. Após essas etapas ocorre uma reflexão e, somente terminada essa fase, é que se passa diretamente para a compra, sendo que esse ato é seguido pelo descarte do produto comprado. (CONSUMO, 2008)
Toda e qualquer sociedade utiliza o mundo material existente em torno de si para poder reproduzir-se , tanto física como socialmente. Esses produtos têm algumas funções, tais como as básicas, de proteção e de saciedade das nossas necessidades orgânicas, de status, pois media as relações e confere status entre as pessoas de um grupo, e de descoberta, tendo em vista que aprendemos a construir nossa subjetividade e identidade.
Em nossa sociedade, consumir, além da compra por necessidade propriamente dita, ganhou uma serie de implicações. A compra tornou-se, principalmente, o fato de adquirir algo que vai trazer-lhe felicidade e vai proporcionar, ao “consumidor”, uma inserção na sociedade. Os produtos acabam por carregar consigo um valor simbólico muito grande. Dessa forma, o individuo possuindo alguns desses produtos vai a passar a ser visto dentro da sociedade: o fato de ter sobrepõe a questão do ser (LYRA, 2008).
Dessa forma, “o consumo envolve outras formas de provisão que não apenas aquelas concebidas no formato tradicional de compra e venda de mercadorias em condições de mercado.” (BARBOSA;CAMPBELL, 2006, p. 25)
Se pensarmos um pouco, o consumo está presente em todos os nossos hábitos cotidianos. Quando acordamos pela amanha, tomamos banho e escovamos os dentes utilizando produtos comprados no mercado. Quando vamos tomar nosso café-da-manhã, provavelmente estaremos nos alimentando de produtos também disponíveis para a compra em mercearias, supermercados, etc. E, assim, sucessivamente, ocorre o consumo de bens e serviços durante nossa jornada diária.
Esse hábito de consumo tem gerado várias discussões em nosso meio, tendo em vista que ele remonta a aspectos impactantes em nosso meio e principalmente em nossa economia. (CONSUMO, 2008)
Vivemos em uma sociedade conhecida como “fast-society”, onde os produtos só duram o tempo necessário para que outras mercadorias apareçam e venha satisfazer as vontades do individuo. Uma prova marcante disso é a utilização de celulares, que, a cada dia mais, cresce, conseguindo alcançar até as camadas mais populares de nossa sociedade. E, ainda em relação aos aparelhos telefônico portáteis, podemos observar a constate atividade do mercado em busca de oferecer celulares melhores e mais sofisticados. O consumidor, atraído pela sua beleza e, principalmente, pelo seu valor simbólico é instigado a trocar de aparelho com pouco tempo de utilização (CONSUMO E CIDADANIA, 2004).
Segundo Lyra (2008), citando Nestor Canclini, as diferentes formas de consumir existentes hoje em nosso meio, e suas implicações, transformaram as formas de exercer a cidadania e isso se justifica pelo constante degradação da política, onde a participação popular tornou-se quase invisível. Outra característica bastante marcante de nossa sociedade de consumo é um processo de destruição dos sujeitos, sendo que ocorre uma maior valorização dos objetos. É bastante comum a pessoa viver cercado de vários objetos da moda, esquecendo-se de manter relações com outros indivíduos, podendo ser o consumo considerado como um dos fatores que auxiliam no “isolamento e a separação entre as pessoas” (LYRA, 2008).
Contribuindo nesse contexto, a mídia exerce hoje grande influencia nas escolhas do consumidor. Através de campanhas publicitárias esse meio de comunicação acaba por formar ou moldar o comportamento da nossa sociedade pós-moderna (CONSUMO E CIDADANIA, 2004).
Entram em cena nessa discussão as questões relacionadas ao consumismo, ou seja, ao ato de comprar simplesmente por comprar, sem razão especifica. Nesse contexto, as empresas de marketing e propaganda são tidas como grandes vilões, pois colaboram para aumentar esse desejo pela compra e por criar uma ilusão de necessidade em objetos que não precisamos. E ai está a diferença em consumo e consumismo, sendo que no primeiro agimos por necessidade, para satisfazer desejos e necessidades naturais e orgânicas. Já no segundo, o que prevalece é o desejo embutido pela mídia, é o consumir pelo modismo e para conseguir status social (CONSUMISMO, 2009)
*Trabalho da Faculdade sobre Consumo
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